terça-feira, 19 de abril de 2011

Gisela sorrira com a queda da chuva. Cantara há pouco com Bethania "Vamos chamar o vento? Vamos chamar o vento?". E a chuva era mesmo dentro dela. E não chuva triste. Chuva forte de quem faz da insegurança sua força e do risco de morrer seu alimento, como diria para si em uma quase oração. Gisela amava ainda M. Sabia. E amaria M com sua força de tempestade por tempos ainda. Porque Gisela gostava de estar ao lado de seu homem. Gostava de lutar o dia-a-dia junto de M. E M se descaracterizava longe de Gisela, ainda que ele não soubesse bem nomear o que sentia. Enquanto isso, Gisela chamava o vento e sorria com as chuvas e as borboletas em seu caminho. E assim, alimentava-se de seus dias tão arriscados, arriscados mesmo de morrer. A morte era-lhe um desafio. E até aqui, Gisela vencia. Ainda que não soubesse como.

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