terça-feira, 12 de abril de 2011

Encontrara uma moça que lembrava Janaína. Não sabia exatamente o que naquela lembrava esta. Um jeito de olhar, um sorriso cativante...Não decifraria cedo assim. Era o primeiro contato. Tem fogo? Um sorriso e o fogo. Está frio aqui, não? E pôde ver as mãos da moça esfregarem-se uma contra a outra num gesto de consentimento. Pensar em consentimento era aquiscência para o seu coração dilacerado pela recordação antiga. Fumaram juntas aquele cigarro há tempos guardado na bolsa. Era o último de uma promessa antiga: deixar de fumar. Mas o ressurgimento daquela história era como uma permissão, um acordo tácito: cada cigarro um dia a menos? Toparia suicidar-se para reaver os abraços de...
Pensar demais era o que estragava todas as tentativas de sentir depois de tudo. E ela, que era cerebral, vivera até aqui meio insensível e à parte de toda a sensualidade que se não reprimira, escondera de si sem saber o que dela fazer.
Fumar, sentir o frio clima do lugar de esquina e observar pelo simples prazer do olho. Era a princípio o que deveria fazer.
Esther sabia disso e assim o faria.

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